segunda-feira, outubro 13, 2008

Em um de seus mais belos poemas, Camões lamenta a morte de sua amada. Com toda a dor que ficou da mágoa, sem remédio, de perdê-la.


Alma minha gentil que te partiste


Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Luis Vaz de Camões
(1524-1580)

Mais sobre Luis Vaz de Camões em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5es

Nenhum comentário: