Mostrando postagens com marcador Alberto de Oliveira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alberto de Oliveira. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, junho 28, 2012
Era só um hábito antigo que aquele homem tinha. Mas foi terrível a vingança da porta, nos versos do parnasiano Alberto de Oliveira.
A vingança da porta
Era um hábito antigo que ele tinha:
Entrar dando com a porta nos batentes.
- Que te fez essa porta? a mulher vinha
E interrogava. Ele cerrando os dentes:
Nada! Traze o jantar! - Mas à noitinha
Calmava-se; feliz, os inocentes
Olhos revê da filha, a cabecinha
Lhe afaga, a rir, com as rudes mãos trementes.
Uma vez, ao tornar à casa, quando
Erguia a aldraba, o coração lhe fala:
Entra mais devagar.. - pára, hesitando...
Nisto nos gonzos range a velha porta,
Ri-se, escancara-se. E ele se vê na sala,
A mulher como doida e a filha morta.
Alberto de Oliveira
(1857-1937)
Mais sobre Alberto de Oliveira em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alberto_de_Oliveira
(/code)
(code)
Marcadores:
Alberto de Oliveira
domingo, fevereiro 07, 2010
Um cheiro de espádua nos versos do parnasiano Alberto de Oliveira E ele hauriu toda a essência dela.
Cheiro de espádua
Quando a valsa acabou, veio à janela,
sentou-se. O leque abriu. Sorria e arfava.
Eu, viração da noite, a essa hora entrava
e estaquei, vendo-a decotada e bela.
Eram os ombros, era a espádua, aquela
carne rosada de um mimo! A arder na lava
de improvisa paixão, eu, que a beijava,
hauri sequiosa toda a essência dela!
Deixei-a, porque a vi mais tarde, oh, ciúme!
sair velada da mantilha. A esteira
sigo, até que a perdi, de seu perfume.
E agora, que se foi, lembrando-me ainda,
sinto que à luz do luar nas folhas, cheira
este ar da noite àquela espádua linda!
Alberto de Oliveira
(1857-1937)
Mais sobre Alberto de Oliveira em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alberto_de_Oliveira
(/code)
(code)
Marcadores:
Alberto de Oliveira
Assinar:
Postagens (Atom)