Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes.
Alexandre O'Neill
(1924-1986)
Mais sobre Alexandre O'Neill em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_O%27Neill
Mostrando postagens com marcador Alexandre O'Neill. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alexandre O'Neill. Mostrar todas as postagens
domingo, outubro 11, 2015
Para Alexandre O'Neill, há palavras que nos beijam como se tivessem boca. E que nos transportam aonde a noite é mais forte, ao silêncio dos amantes.
(/code)
(code)
Marcadores:
Alexandre O'Neill
terça-feira, julho 10, 2012
Que fazemos, Lisboa, os dois, aqui, na terra onde nasceste e eu nasci? Numa pergunta, todo o sentimento de Alexandre O'Neill pela sua cidade.
E de novo Lisboa...
E de novo, Lisboa, te remancho,
numa deriva de quem tudo olha
de viés: esvaído, o boi no gancho,
ou o outro vermelho que te molha.
Sangue na serradura ou na calçada,
que mais faz se é de homem ou de boi?
O sangue é sempre uma papoila errada,
cerceado do coração que foi.
Groselha, na esplanada, bebe a velha,
e um cartaz, da parede, nos convida
a dar o sangue. Franzo a sobrancelha:
dizem que o sangue é vida; mas que vida?
Que fazemos, Lisboa, os dois, aqui,
na terra onde nasceste e eu nasci?
Alexandre O'Neill
(1924-1986)
Mais sobre Alexandre O'Neill em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_O%27Neill
(/code)
(code)
Marcadores:
Alexandre O'Neill
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
Um senhora pediu um poema de amor ao poeta. Mas sem objeto, diz Alexandre O'Neill, o poema é uma redação dos 100 Modelos de Cartas de Amor.
Redacção
Uma senhora pediu-me
um poema de amor.
Não de amor por ela,
mas "de amor por amor".
À parte aquelas
trivialidades "minha rosa", "lua do meu céu interior",
que podia eu dizer
para ela, a não destinatária,
que não fosse por ela?
Sem objecto, o poema
é uma redacção
dos 100 Modelos
de Cartas de Amor.
Alexandre O'Neill
(1924-1986)
Mais sobre Alexandre O'Neill em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_O%27Neill
(/code)
(code)
Marcadores:
Alexandre O'Neill
sexta-feira, maio 14, 2010
Para Alexandre O'Neill, há palavras que nos beijam como se tivessem boca. E que nos transportam aonde a noite é mais forte, ao silêncio dos amantes.
Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos tranportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes.
Alexandre O'Neill
(1924-1986)
Mais sobre Alexandre O'Neill em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_O%27Neill
(/code)
(code)
Marcadores:
Alexandre O'Neill
Assinar:
Postagens (Atom)