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sábado, novembro 14, 2009
Quando adoeceu, Camilo Castelo Branco descobriu que só tinha um amigo de verdade. Os outros cento e nove eram impávidos marotos.
Os meus amigos
Amigos cento e dez e talvez mais,
eu já contei! vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
tão zelosos das leis da cortesia,
que eu já farto de os ver, me escapulia
às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente,
ceguei. Dos cento e dez houve um somente
que não desfez dos laços quase rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver...
Que cento e nove impávidos marotos!
Camilo Castelo Branco
(1825-1890)
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