Alguém passou
Alguém passou. E a sua sombra,
como um manto que tomba
de um gesto lânguido ficou no meu caminho.
Ora, o sol já se foi e a noite vem devagarinho.
E, no entanto,
a sombra continua,
Nítida e nua,
atirada na terra como um manto.
Faz frio.
Corre pelo meu corpo um áspero arrepio...
E um desejo me vem, tímido e louco,
de agasalhar-me um pouco
nesse manto de sombra morna.
É dia. E, pela estrada melancólica e árida,
vai tremendo de frio a minha vida...
como um manto que tomba
de um gesto lânguido ficou no meu caminho.
Ora, o sol já se foi e a noite vem devagarinho.
E, no entanto,
a sombra continua,
Nítida e nua,
atirada na terra como um manto.
Faz frio.
Corre pelo meu corpo um áspero arrepio...
E um desejo me vem, tímido e louco,
de agasalhar-me um pouco
nesse manto de sombra morna.
Mas alguém
Voltou na noite pálida:volta para buscar sua sombra esquecida.
É dia. E, pela estrada melancólica e árida,
vai tremendo de frio a minha vida...
Guilherme de Almeida
(1890-1969)
Mais sobre Guilherme de Almeida em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilherme_de_Almeida
(1890-1969)
Mais sobre Guilherme de Almeida em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilherme_de_Almeida
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