quinta-feira, maio 29, 2008

Eu sou um homem fechado, o mundo me tornou egoísta e mau. E minha poesia é um vício triste, diz Mario Quintana ao lembrar a boca fresca de madrugada.


Canção do amor imprevisto

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E minha poesia é um vicio triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com tua boca fresca de madrugada,
Com teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel,
sem compreender nada,
numa alegria atônita...
A súbita alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos!

Mario Quintana

(1906-1994)

Mais sobre Mario Quintana em

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana

3 comentários:

jac rizzo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Jac,
Lindo o seu comentário. Concordo com tudo o que escreveu.
Beijos,
Maria

Anônimo disse...

...ainda estou tentando achar este homem fechado, egoísta e mau! Não consigo encontrar.
O meu encontro tem sido com um homem generoso e bom que muito me faz feliz.
Imensamente feliz!