sábado, maio 03, 2008
Manuel Bandeira faz versos como quem chora, faz versos como quem morre. É o seu sangue que cai, gota a gota do coração, a jorrar de tanto amor.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto
Meu verso é sangue, volúpia ardente
Tristeza esparsa, remorso vão
Dói-me nas veias. Amargo e quente
Cai gota à gota, do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca
- Eu faço versos como quem morre.
Manuel Bandeira
(1886-1968)
Mais sobre Manuel Bandeira em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bandeira
(/code)
(code)
Marcadores:
Manuel Bandeira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Um belo espécime de Manoel Bandeira.
Este clássico do Bandeira é ELE, é a síntese do que ele é ...
ADORÁVEL !
Postar um comentário