domingo, outubro 04, 2009

Lembrança, quanta lembrança dos tempos que já lá vão. Minha vida de criança, minha bolha de sabão, nos versos de Guilherme de Almeida.


Coração


Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que já lá vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!

Infância, que sorte cega,
Que ventania cruel,
Que enxurrada te carrega,
Meu barquinho de papel?

Como vais, como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?

Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.

Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando num mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas,
Porque és puro e porque és bom!


Guilherme de Almeida
(1890-1969)

Mais sobre Guilherme de Almeida em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilherme_de_Almeida

12 comentários:

Unknown disse...

Quando se usava decorar poesias, este poema estava na minha lista, além de muitas outras...
Fiquei surpresa e saudosa quando o encontrei...

Unknown disse...

Fiquei muito emocionada quando en-
contrei esse poema,pois tive um pro-
fessor de português em 1952 que nos
fez decorar diversas poesias e essa
foi a mais marcante na época.
Lembro palavra por palavra,gestos de
meu professor e até a voz dele,nunca
mais o vi mas o poema ficou dentro
do meu "CORAÇÃO".TUORA

Euralia disse...

Essa poesia foi decorada por mim e meu irmão quando éramos muito cças.
Eu tinha 4 e ele 3, nosso pai nos ensinou, pois ele sim a decorou na escola.
Hoje ele não está mais aqui, e ao encontrar esse poema me senti extremamente emocionada. Além de um belo poema, ele faz com que me lembre de um momento precioso que passei aprendendo e me divertindo com meu pai.
Eurália Faria

JOVANE disse...

Esse poema é muito lindo, e me faz me lembrar do meu pai que ja faleceu , pois ele recitava para mim quando era criança.

Letice disse...

Engraçado! antigamente a gente era obrigada a decorar poesia, nas escolas, conjugações verbais, etc. Como isso é importante e na época a gente nem gostava tanto. Eu gostava porque acho que desde sempre gostei de literatura, da nossa "lingua pátria" e eu tb decorei esta poesia, da qual gosto mt.

José Fernandes de Moura disse...

No ano de 1.969 fazia admissão ao ginásio e tinha um livro didático chamado "SAUDADES", que contava a história de um menino chamado MÁRIO, que saiu da roça e veio morar na cidade; me lembro desta poesia naquele livro. Quanta saudade me dá.
Eu era feliz e não sabia.

Marina disse...

havia procurado por todos os lugares essa poesia. foi a primeira que li - 6 anos. na cartilha caminho suave. volume I. nossa. obrigada por posta-la.

Anônimo disse...

aprendi a ler com essa poesia. saudades saudades.

Anônimo disse...

Na última folha da minha cartilha escolar...1948...havia essa poesia...quem conseguisse ler, estava alfabetizado. Minha professora chamava-se D.Myrses, um encanto.Guardei essa folha como lembrança. BONS TEMPOS.

Unknown disse...

Lendo as observações relatadas, vejo que são semelhantes as minhas lembranças, ou seja a maioria estudantes da década de cinquenta para cima. Até hoje ainda guardo e recito pelo menos um dos versos ... infância que sorte cega, que ventaria cruel .....!! Muito legal ter encontrado esses versos revivendo aquela doce época.

Fika rica disse...

Tempo bom no qual fui alfabetizada com a Caminho Suave. Segundo ano primário na Escola Estadual Ayrton Busch em 1980. Sou grata aos educadores que ali tive, pois, se hoje sou o que sou é graças à Deus é aos maravilhosos mestres que tive. Meu muito obrigada.

Irene Lima disse...

Decorei esse poema aos 10 anos.
Bateu saudades, encontrei, amo!