terça-feira, outubro 20, 2009
Foi assim que Alphonsus de Guimaraens a viu. Um sonho de rosas num país nevoento, de que afinal ele acorda em sobressalto.
Foi assim que eu a vi...
Foi assim que eu a vi. Desse momento
a lembrança tranquila vem-me do alto
- sonho de rosas num país nevoento,
de que afinal acordo em sobressalto.
Fugiu-me essa visão: de novo tento
firmar os passos para um novo assalto.
Mas que farás, pobre homem sem alento,
tu, cego de alma e de coragem falto!
Que farás, coração que te magoas,
na sua timidez contemplativa,
só, tão longe das almas que são boas!
Que farás, alma, tu que louca e pasma,
seguindo embora o rastro de uma viva,
beija os passos largos de um fantasma!
Alphonsus de Guimaraens
(1870-1921)
Mais sobre Alphonsus Guimaraens em
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