Levanta Alzira os olhos pudibunda
Levanta Alzira os olhos pudibunda
Para ver onde a mão lhe conduzia;
Vendo que nela a porra lhe metia
Fez-se mais do que o nácar rubicunda:
Toco o pentelho seu, toco a rotunda
Lisa bimba, onde Amor seu trono erguia;
Entretanto em desejos ardia,
Brando licor o pássaro lhe inunda:
C'o dedo a greta sua lhe coçava;
Ela, maquinalmente a mão movendo,
Docemente o caralho embalava:
"mais depressa" – lhe digo então morrendo,
Enquanto ela sinais do mesmo dava;
Mística pívia assim fomos comendo.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
(1766-1805)
Mais sobre Manuel Maria Barbosa du Bocage em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_Du_Bocage
2 comentários:
Lindo! O corpo lembra.
"Amor seu trono erguia;"
O amor exigia!
Sim, Bocage, é assim que deve ser.
Adorei.
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