quinta-feira, agosto 14, 2008

Maldita sejas pelo ideal perdido, pelo mal que fizeste em querer, pelo amor que morreu sem ter nascido. Com dor, Bilac abre sua alma como um vulcão.



Maldição


Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
_ Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma se abrirá como um vulcão.
E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...

Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!

Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...

Olavo Bilac
(1865-1918)

Mais sobre Olavo Bilac em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac

2 comentários:

Thê disse...

Adorei o seu blogger.....os poemas são lindos....vc tem um gosto incrível na escolha dos poetas. Parabéns amigo.....abraços da amiga de Campinas/SP....M.Thereza/Thê

Unknown disse...

Nel mezzo dl camin
é o título
uma alusão a Divina Comédia
"Nel Mezzo del camin dell nostra vita.."