domingo, agosto 24, 2008
Busquei meu semelhante, andei a vida, o mundo, o tempo, o espaço. Nem minha própria sombra se parece comigo, diz a solidão de Guilherme de Almeida.
Solidão
Busquei meu semelhante.
Andei a vida,
andei o mundo,
andei o tempo,
andei o espaço.
Treva. Treva. Treva.
Acendi minha lâmpada.
Véu que saiu do meu corpo,
ritmo que saiu do meu gesto:
um crepe em võo
atirou-se no chão,
subiu pela parede,
debateu-se contra o teto.
Nem minha própria sombra
se parece comigo.
Guilherme de Almeida
(1890-1969)
Mais sobre Guilherme de Almeida em
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