quarta-feira, agosto 13, 2008
Neste lindo poema, Cecília Meireles não sabe de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor. Talvez, só para em nossa morte estar durando sempre.
O que amamos está sempre longe de nós
e longe mesmo do que amamos - que não sabe
de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.
O que amamos está como a flor na semente,
entendido com medo e inquietude, talvez
só para em nossa morte estar durando sempre.
Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
Mas, sem acaso, o amor límpido e exato jaz.
Não necessita nada o que em si tudo ordena:
cuja tristeza unicamente pode ser
o equívoco do tempo, os jogos da cegueira
com setas negras na escuridão.
Cecília Meireles
(1901-1964)
Mais sobre Cecília Meireles em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles
(/code)
(code)
Marcadores:
Cecília Meireles
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário