terça-feira, agosto 26, 2008

O outro sabia, tinha uma certeza, sou eterno, dizia. Eugénio de Andrade não tinha nada, mas amou o desejo com o corpo todo.


Quase epitáfio


O outro sabia.
Tinha uma certeza.
Sou eterno, dizia.

Eu não tenho nada.
Amei o desejo
com o corpo todo.

Ah, tapai-me depressa.
A terra me basta.
Ou o lodo.

Eugénio de Andrade
(1923-2005)

Mais sobre Eugénio de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A9nio_de_Andrade

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