terça-feira, abril 08, 2008

Quando eu morrer batam em latas, chamem palhaços e acrobatas. A um morto nada se recusa, grita em seus versos tristes Mário de Sá-Carneiro.


Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir

Mário de Sá-Carneiro

(1890-1916)

Mais sobre Mário de Sá-Carneiro em

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1-Carneiro

Um comentário:

Anônimo disse...

"Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida ao ar… "