quinta-feira, abril 03, 2008

Abre as asas da Vida à Vida que há lá fora, porque Deus é Deus, Bem ou Mal, cantando em mim. E questiona em versos Pedro Kilkerry, que Deus és tu?


Ritmo eterno

Abro as asas da Vida à Vida que há lá fora.
Olha... Um sorriso da alma! — Um sorriso da aurora!
E Deus — ou Bem! ou Mal — é Deus cantando em mim,
Que Deus és tu, sou eu — a Natureza assim.

Árvore! boa ou má, os frutos que darás
Sinto-os sabendo em nós, em mim, árvore, estás.
E o Sol, de cujo olhar meu pensamento inundo,
Casa multiplicando as asas deste mundo...

Oh, braços para a Vida! Oh, vida para amar!
Sendo uma onda do mar, dou-me ilusões de um mar...
Alvor, turquesa, ondula a matéria... É veludo,

É minh'alma, é teu seio, e um firmamento mudo.
Mas, aos ritmos da Terra, és um ritmo do Amor?
Homem! ouve a teus pés a Natureza em flor!

Pedro Kilkerry

(1855-1917)

Mais sobre Pedro Kilkerry em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Kilkerry

Nenhum comentário: