Mario Quintana, em "Canção do fundo do tempo", por ele mesmo.
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Canção do fundo do tempo
Longe andava o meu olhar.
Longe andava...
Creio que jamais te vi...
Linda corça enrodilhada
À espera do sacrifício,
Parece que te vejo agora
Só agora!
Levemente desenhada
Nos móveis biombos do tempo
Feitos de água e de gaze...
Ah! se eu pudessse jogar-me
Às águas que já passaram,
Decerto que morreria
Ou ficaria mais louco
Do que os anjos rebelados:
Ninguém quebra a lei do tempo,
Basta os cabelos de mortos
Que se enroscam em meus dedos,
Basta as vozes tão amadas
Que me chamam de tão longe...
Ah, decerto que eu morreria,
Se é que já não morri!
Longe andava o meu olhar.
Longe andava...
Por trás dos muros do tempo,
As pessoas que eu amava
Amaram-se entre si.
Mario Quintana
(1906-1994)
Mario Quintana em
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana
sexta-feira, abril 25, 2008
Longe andava o meu olhar, longe andava. E por trás dos muros do tempo, as pessoas que eu amava, amaram-se entre si, diz um sofrido Mario Quintana.
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Um comentário:
Quintana, parece que também te vejo agora. Só agora! Sempre li os teus poemas,mas de repente vc cresce, fica maior! Lindo!!!
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