sábado, maio 30, 2009
Há vozes que clamam por mim, há vozes que gritam meu nome, diz Adalgisa Nery. Procurando quem chama, sua memória desce aos abismos escuros.
Mistério
Há vozes dentro da noite que clamam por mim,
Há vozes nas fontes que gritam meu nome.
Minha alma distende seus ouvidos
E minha memória desce aos abismos escuros
Procurando quem chama.
Há vozes que correm nos ventos clamando por mim.
Há vozes debaixo das pedras que gemem meu nome
E eu olho para as árvores tranquilas
E para as montanhas impassíveis
Procurando quem chama.
Há vozes na boca das rosas cantando meu nome
E as ondas batem nas praias
Deixando exaustas um grito por mim
E meus olhos caem na lembrança do paraíso
Para saber quem chama.
Há vozes nos corpos sem vida,
Há vozes no meu caminhar,
Há vozes no sono de meus filhos
E meu pensamento como um relâmpago risca
O limite da minha existência
Na ânsia de saber quem grita.
Adalgisa Nery
(1905-1980)
Mais sobre Adalgisa Nery em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adalgisa_Nery
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Um comentário:
...ainda não conhecia esta poetisa, teu clamor pungente por quem a chama me deixou encantado pelo teu canto/clamor por quem a procura, quem será ?...
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