sexta-feira, junho 06, 2008

O amor é a memória que o tempo não mata, é Deus em plenitude. E ninguém entendeu o amor como Vinicius de Moraes: A você, com Amor.


A você, com Amor

O amor é o murmúrio da terra
quando as estrelas se apagam
e os ventos da aurora vagam
no nascimento do dia...
O ridente abandono,
a rútila alegria
dos lábios, da fonte
e da onda que arremete
do mar...

O amor é a memória
que o tempo não mata,
a canção bem-amada
feliz e absurda...

E a música inaudível...

O silêncio que treme
e parece ocupar
o coração que freme
quando a melodia
do canto de um pássaro
parece ficar...

O amor é Deus em plenitude
a infinita medida
das dádivas que vêm
com o sol e com a chuva
seja na montanha
seja na planura
a chuva que corre
e o tesouro armazenado
no fim do arco-íris.

Vinicius de Moraes

(1913-1980)

Mais sobre Vinicius de Moraes em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vin%C3%ADcius_de_Moraes

2 comentários:

Anônimo disse...

A dor a mais é que pega, calcina, corrói e alucina. Dor a mais é isso. Uma dor a mais.

Bjs,

Dois Rios

Anônimo disse...

José,
Feliz da mulher que recebe dedicado a ela um poema maravilhoso como este do
Vinicius. Pena que não foi para mim...
Beijos,
Maria