terça-feira, janeiro 20, 2009
Malditas sejas! Olavo Bilac faz questão de gritar sua dor e revolta por todo o mal que o grande amor de sua vida lhe fez.
Maldição
Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
- Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma abrirá como um vulcão.
E em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...
Malditas sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu ter nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...
Olavo Bilac
(1865-1918)
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