quarta-feira, janeiro 21, 2009

De tanto amor, Pedro Kilkerry confessa que enlouqueceu. Pela mulher que paira em seus sonhos, é só o que ele sabe.


Essa, que paira em meus sonhos


Essa, que paira em meus sonhos,
Em meus sonhos a brilhar,
E tem nos lábios risonhos
O nácar de Iônio - Mar -
Numa fantasia estranha,
Estranhamente a sonhei
E de beleza tamanha,
Enlouqueci. É o que sei.
Ela era, em plaustro dourado
Levado de urcos azuis,
De Paros nevirrosado,
Ombros nus, os seios nus...
E que de esteiras de estrelas,
De prásio, opala e rubim!
Na praia perto, por vê-las
Vi que saltava um delfim
Que longamente as fitando
Alçou a calda, a tremer
E outros delfins, senão quando
Aparecer.

Pedro Kilkerry
(1855-1917)

Mais sobre Pedro Kilkerry em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Kilkerry

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