quinta-feira, julho 10, 2008

Nos versos de Manoel de Barros, é no calor da boca que o alarme da carne grita. E se abre docemente como um pêssego de Deus.


Pêssego

Proust
Só de ouvir a voz de Albertine entrava em
orgasmo. Se diz que:
O olhar de voyeur tem condições de phalo
(possui o que vê).
Mas é pelo tato
Que a fonte do amor se abre.
Apalpar desabrocha o talo.
O tato é mais que o ver
É mais que o ouvir
É mais que o cheirar.
É pelo beijo que o amor se edifica.
É no calor da boca
Que o alarme da carne grita.
E se abre docemente
Como um pêssego de Deus.

Manoel de Barros

Mais sobre Manoel de Barros em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manoel_de_Barros

Um comentário:

Anônimo disse...

Quisera ter coragem para ousar viver assim mais uma única vez ...