quarta-feira, julho 09, 2008
Morte, tão bom deve ser o teu abraço. Fecha-me os olhos que já viram tudo, prende-me as asas que voaram tanto, diz com encanto Florbela Espanca.
À morte
Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E como uma raiz, sereno e forte.
Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.
Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!
Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera... quebra-me o encanto!
Florbela Espanca
(1894-1930)
Mais sobre Florbela Espanca em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca
(/code)
(code)
Marcadores:
Florbela Espanca
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Para alma tão pura com a sua, doce Florbela, a morte deve ser realmente um abraço sereno ...
Postar um comentário