terça-feira, janeiro 12, 2010

Para Gilberto Freyre, quem sabe na madrugada do Recife o boêmio não encontrará uma iaiá de cabelos e desejos soltos? Ou uma mulata de rosa no cabelo?


Boêmio


Boêmio e até byroniano:
sair liricamente ruas afora,
ir pela beira do cais do Capibaribe
ora recitando baixinho versos à Vovó Lua
ou à Dona Lua, ora assobiando
altos trechos da Viúva Alegre ouvida cantar
por italiana opulentamente gorda no Santa Isabel
e sempre gozando o silêncio da meia-noite recifense, o ar
bom da madrugada que
dá ao Recife o seu melhor encanto.

Quem sabe se não encontrará alguma mulher bonita?
Alguma pálida iaiá de cabelos e desejos soltos?
Ou mesmo alguma moura -
encantada
na figura de uma encantadora
mulata
de rosa ou flor cheirosa no cabelo

Gilberto Freyre
(1900-1987)

Mais sobre Gilberto Freyre em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilberto_Freyre

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