segunda-feira, agosto 10, 2009

Sombra Boa não tinha e-mail, mas escreveu um bilhete para Maria e mandou Ramela entregar. E Manoel de Barros contou em versos como o amor se fez.


Sonata ao luar


Sombra Boa não tinha e-mail.
Escreveu um bilhete:
Maria me espera debaixo do ingazeiro
quando a lua tiver arta.
Amarrou o bilhete no pescoço do cachorro
e atiçou:
Vai Ramela, passa!
Ramela alcançou a cozinha num átimo.
Maria leu e sorriu.
Quando a lua ficou arta Maria estava.
E o amor se fez
Sob um luar sem defeito de abril.

Manoel de Barros

Mais sobre Manoel de Barros em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manoel_de_Barros

2 comentários:

Wenuus disse...

Que gostoso de ler esse texto, adorei.

Anônimo disse...

Muito bom. Um encontro marcado à moda antiga. Romântico e belo.