sexta-feira, agosto 14, 2009
Há muito que são velhas, vestidas de preto até a alma. Nos versos de Eugénio de Andrade, a língua delas é pedra também.
Mulheres de preto
Há muito que são velhas, vestidas
de preto até a alma.
Contra o muro
defendem-se do sol de pedra;
ao lume
furtam-se ao frio do mundo.
Ainda têm nome? Ninguém
pergunta, ninguém responde.
A língua, pedra também.
Eugénio de Andrade
(1923-2005)
Mais sobre Eugénio de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A9nio_de_Andrade
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