quinta-feira, março 26, 2009

Para José Paulo Paes, a poesia está morta. Mas jura que não foi ele, até que tentou fazer o melhor que podia para salvá-la.


Acima de qualquer suspeita


a poesia está morta
mas juro que não fui eu
eu até que tentei fazer o melhor que podia para salvá-la

imitei diligentemente augusto dos anjos paulo torres car
los drummond de andrade manuel bandeira murilo
mendes vladimir maiakóvski joão cabral de melo neto
paul éluard oswald de andrade guillaume apollinaire
sosígenes costa bertolt brecht augusto de campos

não adiantou nada

em desespero de causa cheguei a imitar um certo (ou
incerto) josé paulo paes poeta de ribeirãozinho estrada
de ferro araraquense

porém ribeirãozinho mudou de nome a estrada de ferro
araraquense foi extinta e josé paulo paes parece
munca ter existido

nem eu

José Paulo Paes
(1926-1998)

Mais sobre José Paulo Paes em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Paulo_Paes

2 comentários:

Francisco Saldanha disse...

Lindo poema...

continuem postando poemas ...este blog acabou se tornando minha fonte de esperança ..quando os dias são escuros...

valeu

Fábio Murilo disse...

Achava que tava. Mas tá não, talvez desaparecida ou desaparecendo nas livrarias. Agora foi que ficou mais modernosa, se virtualizou, tá mais bonita, rosada, feito moça suburbana retornando da praia no final da tarde, depois de passar o dia se escaldando. Fênix renascendo das cinzas.

http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/