terça-feira, março 10, 2009
As minhas ilusões, diz Florbela Espanca, também as vi levar em urna d'oiro. No Mar da Vida, assim, uma por uma.
As minhas ilusões
Hora sagrada dum entardecer
D'Outono, à beira-mar, cor de safira.
Soa no ar uma invisível lira...
O sol é um doente a enlanguescer...
A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cabeça que delira
Num último suspiro, a estremecer!
O sol morreu...e veste luto o mar...
E eu vejo a urna d'oiro, a baloiçar,
À flor das ondas, num lençol d'espuma!
As minhas Ilusões, doce tesoiro,
Também as vi levar em urna d'oiro,
No Mar da Vida, assim...uma por uma...
Florbela Espanca
(1894-1930)
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Um comentário:
Tão doce, triste e maestra!
Ela brinca, senhora das rimas...Divina!
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