segunda-feira, março 02, 2009
Em seu improviso, Cecília Meireles sente que sobrevive sem o coração no peito. E pergunta: onde estás, Amor-Perfeito?
Improviso do Amor-Perfeito
Naquela nuvem, naquela,
mando-te o meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.
Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida,
deram flor por toda a vida.
Ai de mim, que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Cecília Meireles
(1901-1964)
Mais sobre Cecília Meireles em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles
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