quarta-feira, março 26, 2008

Com o livro palerma olhando para ele, Mário de Andrade sentiu um friúme por dentro. Lembrou-se de um pobre homem, brasileiro que nem ele.


Descobrimento


Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.

Mário de Andrade
(1893-1945)

Mais sobre Mário de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_Andrade

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá,

Estou entrando em contato novamente para me colocar à disposição ao esclarecimento de dúvidas referente ao e-mail que enviei no dia 04/03/08, tratando da Parceria Comercial entre o Site POEMBLOG com a HOTWords.

Qualquer dúvida ou maiores informações, por favor, entre em contato comigo.


Abraços,

Stephanie Sarmiento
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Phone: 11 3178 2514
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Daniella Paula disse...

Cantinho acolhedor...
Parabéns!

Ludimila Alavarce Canela disse...

bacana os poemas boa coletanea