Perante a morte
Perante a morte empalidece e treme,
treme perante a Morte, empalidece.
Coroa-te de lágrimas, esquece
o Mal cruel nos abismos geme.
Ah! longe o inferno que flameja e freme,
longe a Paixão que só no horror floresce...
a alma precisa de silêncio e prece,
pois na prece e silêncio nada teme.
Silêncio e prece no fatal segredo,
perante o pasmo do sombrio medo
da Morte e os seus aspectos reverentes...
Silêncio para o desespero insano,
o furor gigantesco e sobre-humano...
a dor sinistra de ranger os dentes!
Cruz e Sousa
(1861-1898)Mais sobre Cruz e Sousa em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz_e_Sousa
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