quarta-feira, março 05, 2008
Em seus versos, Mauro Mota estende a mão à chuva fria e pergunta: de que distância chega essa chuva de asas, tangida pela ventania?
Chuva de vento
De que distância
chega essa chuva
de asas, tangida
pela ventania?
Vem de que tempo?
Noturna agora
a chuva morta
bate na porta.
(As biqueiras da infância, as lavadeiras
correm, tiram as roupas do varal,
relinchos do cavalo na campina,
tangerinas e banhos no quintal,
potes gorgolejando, tanajuras,
os gansos, a lagoa, o milharal.)
De onde vem essa
chuva trazida
na ventania?
Que rosas fez abrir?
Que cabelos molhou?
Estendo-lhe a mão: a chuva fria.
Mauro Mota
(1911-1984)
Mais sobre Mauro Mota em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mauro_Mota
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