A carta que não foi mandada
Paris, outono de 73
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor
Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez
E
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei... nem lembro mais
Vinicius de Moraes
(1913-1980)
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Um comentário:
Olá Colega!!!
Gostei muito do seu blog, ainda mais com esse poema lindissimo do Vínicius de Moraes...
Um forte abraço...
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