Desventura
Tu és como o rosto das rosas:
diferente em cada pétala.
Onde estava o teu perfume? Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos
e o mundo inteiro ficou feliz.
Eu, só eu, encontrei a gota de orvalho que te alimentava,
como um segredo que cai dos sonho.
Depois, abri as mãos, - e perdeu-se.
Agora, creio que vou morrer.
Cecília Meirelles
(1901-1964)
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