terça-feira, julho 10, 2007
Provisoriamente não cantaremos o amor, cantaremos o medo, grita em versos Drummond. Depois, sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)
Mais sobre Carlos Drummond de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade
(/code)
(code)
Marcadores:
Carlos Drummond de Andrade
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
poema legal mas deprimente rsrsrsrsrsrs
deprimente é o seu comentário...
Postar um comentário