sexta-feira, julho 06, 2007

No dia em que o poeta nasceu, homens não cortaram as veias, nem o sol escureceu. Para que o dia fosse enorme, só a ternura nos olhos de sua mãe.


Quando eu nasci

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais…
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém…

P’ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe…

Sebastião da Gama

(1924-1952)

Mais sobre Sebastião da Gama em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_da_Gama

3 comentários:

Unknown disse...

"Qdo eu nasci" é um belo poema.Lamentável o impedimento pra cópia.Gostaria que ele ilustrasse meu perfil do Orkut no dia do meu aniversário1

Pedro disse...

O poema é de Sebastião da Gama e foi publicado no livro intitulado Serra Mãe

JOSE ANTONIO LEAO RAMOS disse...

Pedro,
Você tem razão,o poema é de autoria de
Sebastião da Gama e foi mesmo publicado no livro que você citou.
Apesar da comprovação da autoria, verificamos que existem várias informações de que o poema seria de José Régio, inclusive em jornais, revistas e em sites da internet, inclusive de Portugal, o que só faz aumentar a confusão.
De qualquer forma, obrigado pela sua contribuição. São leitores como você que nos estimulam, cada vez mais, a manter este blog de divulgação da Poesia.

José Antonio Leão Ramos

Editor do Poemblog