sexta-feira, junho 05, 2009
Estou a amar-te como o frio corta os lábios. Assim é o amor: mortal e navegável, como no belo poema de amor de Eugénio de Andrade.
O amor
Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.
A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.
Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável.
A marcar sobre os teus flancos
itinerários da espuma.
Assim é o amor: mortal e navegável.
Eugénio de Andrade
(1923-2005)
Mais sobre Eugénio de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A9nio_de_Andrade
(/code)
(code)
Marcadores:
Eugénio de Andrade
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário