domingo, fevereiro 01, 2009
Para Paulo Leminski, metade desse poema não sai na fotografia. E metade, metade foi-se.
Três metades
Meio dia
um dia e meio
meio dia, meio noite,
metade desse poema
não sai da fotografia
metade, metade foi-se.
Mas eis que a terça metade,
aquela que é menos dose
de matemática verdade
do que soco, tiro, ou coice,
vai e vem como coisa
de ou, de nem, ou de quase.
Como se a gente tivesse
metades que não combinam,
três partes, destempestades,
três vezes ou vezes três,
como se quase, existindo,
só nos faltasse o talvez.
Paulo Leminski
(1944-1989)
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