sábado, setembro 20, 2008
Florbela Espanca sofre em seus versos aquele dia de muito amor. Que morreu como morre todo o sonho, deixando atrás de si só a saudade.
Balada
Amei-te muito, e eu creio que me quiseste
Também por um instante, nesse dia
Em que tão docemente me disseste
Que amavas 'ma mulher que o não sabia.
Amei-te muito, muito! Tão risonho
Aquele dia foi, aquela tarde!...
E morreu como morre todo o sonho
Deixando atrás de si só a saudade...
E na taça do amor, a ambrosia
Da quimera bebi aquele dia
A tragos bons, profundos, a cantar...
Pra que morreste, ó sonho?! Desgraçada!...
E como o rei de Thule da balada
Deitei então a minha taça ao mar...
Florbela Espanca
(1894-1930)
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