sexta-feira, setembro 19, 2008
Em um poema de grande alegria, Cecília Meireles declara todo o seu amor. Ela se sente como aquela outra Vida que vem depois da vida.
Poema da grande alegria
Olhavas-me tanto
E estavas tão perto de mim
Que, no meu êxtase,
Nem sabia qual fosse
Cada um de nós...
Era num lugar tão longe
Que nem parecia neste mundo...
Num lugar sem horizontes,
Onde, sobre águas imóveis,
Havia lótus encantados...
Vinham de mais longe...
De ainda mais longe,
Músicas sereníssimas,
Imateriais como silêncios...
Músicas para se ouvirem com a alma, apenas...
E tudo, em torno,
Eram purificações...
Não sei para onde me levavas:
Mas aqueles caminhos pareciam
Os caminhos eternos
Que vão até o último sol...
E eu me sentia tão leve
Como o pensamento de quem dorme...
Eu me sentia com aquela outra Vida
Que vem depois da vida...
Eleito, ó Eleito,
Eu queria ficar sonhando
Para sempre,
Tão perto de Ti
Que, no meu êxtase,
Nem se pudesse saber
Qual fosse cada um de nós...
Cecília Meireles
(1901-1964)
Mais sobre Cecília Meireles em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles
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Um comentário:
Lindo!!!
Lindo como todos os poemas dessa mulher poetisa que me encantou desde minha infância!!
Cecília tem algo que me fascina, e eu gostaria de saber ser como ela.Aliás, sou sua eterna discípula!
Parabéns pela iniciativa!!!
Se puder visite meu blog:
www.jaquesou.blogspot.com
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