terça-feira, março 27, 2007
Para o poeta, aquela mulher era um mundo, uma cadela, que dizia versos, votos de amor e nomes feios. Mas na cama nunca mulher nenhuma foi tão bela!
Soneto de devoção
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios
Esta mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria
Esta mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela
Esta mulher é um mundo! - uma cadela
Talvez... - mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
Vinicius de Moraes
(1913-1980)
Mais sobre Vinicius de Moraes em
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