sábado, março 10, 2007

Manuel Bandeira queria que o seu último poema tivesse a paixão dos suicidas que se matam sem explicação.


O Último Poema

Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais limpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação

Manuel Bandeira

(1886-1968)

Mais sobre Manuel Bandeira em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bandeira

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