domingo, março 25, 2007
Florbela sabia que as almas dos poetas são almas de violetas que são poetas também. E ainda tinha alma para sentir toda a amargura dos poetas.
Poetas
Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Flobela Espanca
(1894-1930)
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