quarta-feira, março 21, 2007
Cecília ía pelo braço da noite levando a dor que os homens lhe deram. E a canção que Deus lhe deu.
Assovio
Ninguém abra a sua porta
para ver o que aconteceu:
saímos de braço dado,
a noite escura mais eu.
Ela não sabe o meu rumo,
eu não lhe pergunto o seu:
não posso perder mais nada,
se o que houve já se perdeu.
Vou pelo braço da noite,
levando tudo que é meu:
- a dor que os homens me deram,
e a canção que Deus me deu.
Cecília Meirelles
(1901-1964)
Mais sobre Cecília Meirelles em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles
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