sábado, março 10, 2007

Mario Quintana desafia: tenta esquecer-me. E deixa-me fluir, cantar, passar, porque toda a tristeza dos rios é não poder parar.

Tenta esquecer-me

Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como evocar
Um fantasma... Deixa-me ser o que sou,

O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!

Mario Quintana

(1906-1994)

Mais sobre Mario Quintana em

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana

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