quarta-feira, abril 15, 2009
Coisas, coisas, vos amei por excesso. E a despeito do amor, as coisas todas se fizeram ao mar, lamenta Carlos Nejar em seus versos.
Coisas, coisas
A despeito do amor,
as coisas todas
de fizeram ao mar.
Não quis retê-las.
Não conheci regresso.
Coisas, coisas
vos amei por excesso.
E o universo
me foi alto preço.
Todos os bens
vendidos em leilão.
O ar vendido.
Os rios.
As estações.
Comprei arrobas de chuva
ao meu pomar.
Trouxe neblina
de arrasto
pela morte.
Comprei a noite
e dei o menor lance
ao horizonte.
Coisas, coisas,
vos amei por excesso.
Carlos Nejar
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