sexta-feira, março 26, 2010
O espanto de Thiago de Mello não foi o de ver o coração coberto pelo medo feroz. Mas de ver que ninguém amar sabia a pátria degradada.
Poema da praça desterrada
Em abril, certa noite estive perto
da esperança do povo erguido em canto.
Antes nunca jamais meu peito certo
esteve da alegria, mas o pranto
foi que desceu lavrando no deserto
da praça desterrada. O meu espanto
não foi de ver o coração coberto
pelo medo feroz, de turvo manto.
Mas de ver que ninguém amar sabia,
como quem ama a rosa namorada,
a pátria de repente degradada.
Ver que ninguém na rua uma canção
cantou de amor chamando à rebeldia
para o trabalho amargo da alegria.
Thiago de Mello
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Um comentário:
Bárbaro!!!!
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