quinta-feira, março 25, 2010

Meu povo é meu abismo, meu castigo e meu destino. Nele me perco e a sua tanta dor me deixa surdo e cego, na revolta de Ferreira Gullar.


Meu povo, meu abismo


Meu povo é meu abismo.
Nele me perco:
a sua tanta dor me deixa
surdo e cego.

Meu povo é meu castigo
meu flagelo:
seu desamparo,
meu erro.

Meu povo é meu destino
meu futuro:
se ele não vira em mim
veneno ou canto -
apenas morro.

Ferreira Gullar

Mais sobre Ferreira Gullar em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Gullar

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