sexta-feira, novembro 06, 2009
Na paixão de Almeida Garrett, toda a força daqueles olhos. Olhos de um fatal poder.
Seus olhos
Seus olhos - se eu sei pintar
o que os meus olhos cegou -
não tinham luz de brilhar,
era chama de queimar;
e o fogo que a ateou
vivaz, eterno, divino,
como o facho do Destino.
Divino, eterno! - e suave
ao mesmo tempo: mas grave
e de tão fatal poder,
que, num só momento que a vi,
queimar toda a alma senti...
Nem ficou mais do meu ser,
senão a cinza em que ardi.
Almeida Garrett
(1789-1854)
Mais sobre Almeida Garrett em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Almeida_Garrett
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