quinta-feira, dezembro 11, 2008
O outro tinha uma certeza, era eterno. Eugénio de Andrade não tem nada, mas amou o desejo com o corpo todo.
Quase epitáfio
O outro sabia.
Tinha uma certeza.
Sou eterno, dizia.
Eu não tenho nada.
Amei o desejo
com o corpo todo.
Ah, tapai-me depressa.
A terra me basta.
Ou o lodo.
Eugénio de Andrade
(1923-2005)
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