quinta-feira, dezembro 11, 2008

O outro tinha uma certeza, era eterno. Eugénio de Andrade não tem nada, mas amou o desejo com o corpo todo.


Quase epitáfio


O outro sabia.
Tinha uma certeza.
Sou eterno, dizia.

Eu não tenho nada.
Amei o desejo
com o corpo todo.

Ah, tapai-me depressa.
A terra me basta.
Ou o lodo.

Eugénio de Andrade
(1923-2005)

Mais sobre Eugénio de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A9nio_de_Andrade

Nenhum comentário: